“Tinha a pele pálida, os olhos escuros e o cabelo pintado de um negro asa de corvo. Apareceu num talkshow numa manhã e anunciou que era a rainha dos vampiros. Mostrou os caninos afilados como presas, e trouxe ex-amantes que, com diversos graus de embaraço, confessaram que ela lhes tinha extraído sangue, e que o bebera. “Você pode ser vista num espelho, não?” – perguntou a anfitriã do programa. Era a mulher mais rica da América, e tinha lá chegado trazendo perante as câmaras as aberrações, os aflitos e os desgraçados, para mostrarem a sua dor ao mundo.
No estúdio o público gargalhou.
A mulher pareceu ligeiramente ofendida. “Claro. Ao contrário do que as pessoas possam pensar, os vampiros podem ser vistos em espelhos e através de câmaras de televisão.”
“Ora aí está uma coisa em que finalmente acertaste, minha querida.” – disse a anfitriã do programa matinal. Mas colocou a mão em cima do microfone quando o disse, e o programa nunca foi para o ar.”
No estúdio o público gargalhou.
A mulher pareceu ligeiramente ofendida. “Claro. Ao contrário do que as pessoas possam pensar, os vampiros podem ser vistos em espelhos e através de câmaras de televisão.”
“Ora aí está uma coisa em que finalmente acertaste, minha querida.” – disse a anfitriã do programa matinal. Mas colocou a mão em cima do microfone quando o disse, e o programa nunca foi para o ar.”
(Neil Gaiman, in “Fifteen Cards from a Vampire Tarot)
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